quinta-feira, 8 de maio de 2008

Gestão de Distribuição

Comercio Eletronico.

O Capítulo inicia com a conceituação de comércio eletrônico, a descrição de suas características básicas e a análise de suas vantagens e desvantagens. A seguir são analisados os tipos de informação utilizados e disseminados pelas empresas: informações técnicas, comerciais, administrativas e projetivas. Logo a seguir são analisados e discutidos os principais tipos de comércio eletrônico (EDI, B2B e B2C) e sua evolução. Finalmente são analisados os desafios logísticos do comércio eletrônico e as possíveis soluções.

A evolução do comércio eletrônico ocorreu por volta de 1994 e os fatos marcantes que o antecedem são o surgimento do e-mail por volta de 1980, da www por volta de 1985 e do browser por volta de 1993.
Inicialmente o comércio eletrônico era feito por telefone, mas era considerado lento. A evolução ocorreu com o surgimento das informações sendo trocadas em banda larga o que se tornou o fluxo da informação mais rápido.

Caracterizado por três elementos:
­ a comunicação; os dados; e a segurança.

As vantagens são:
­ a rápida inserção no mercado;
­ agilizar a tomada de decisão;
­ a redução da burocracia; e
­ facilitar a análise de dados dos clientes.

Os problemas são:
­ a possibilidade de fraude;
­ a dificuldade de cobrança dos impostos;
­ a preservação dos direitos de patentes;
­ garantir a confiabilidade das informações; e
­ preservar a confiança dos clientes.

A demanda por informações é obtida por meio das:
­ informações técnicas, ou seja, “o que se quer buscar ou comprar?”;
­ informações comerciais, ou seja, “quem vai buscar?”;
­ informações projetivas, ou seja, “o que fazer depois?”; e
­ informações administrativas, ou seja, “o quanto, onde e quando?”.

Tipos:
­ EDI que é a abreviatura de electronic data interchange, ou seja, troca interna de dados eletrônicos, e tem como características:
­ ter surgido na iniciativa privada;
­ inicialmente no varejo de transporte; e
­ alto custo para sua implantação e operação.

­ B2B que é a abreviatura de business-to-business, ou seja, de empresa para empresa, ou de pessoa jurídica para jurídica, e tem como características:
­ ter surgido para o cliente monitorar seu pedido;
­ aquisição de itens para manufatura e operacional, podendo ser uma compra sistemática com contratos de longo prazo, ou tipo “spot”, onde se realiza apenas uma transação;
­ na primeira fase o foco estava no comprador;
­ na segunda fase o foco passou para o fornecedor com acordos comerciais momentâneos;
­ na terceira fase o foco passou a ser sua integração com os planejamentos de produção;
­ na quarta fase o foco voltou-se para cadastramento de serviços gerais;
­ na quinta fase o foco passou a ser a formação de comunidades comerciais para ampliar o mercado;
­ sempre com o objetivo principal de reduzir custos; e
­ reduzir os prazos na entrega.

­ B2C que é a abreviatura de business-to-consumer, ou seja, de empresa para consumidor, ou de pessoa jurídica para física, e tem como características:
­ volatilidade do mercado;
­ demanda variável;
­ novidade;
­ a América Latina ser um potencial consumidor;
­ há uma barreira psicológica para compras de alto valor, principalmente em virtude das diversas divulgações feitas pela mídia sobre vários golpes;
­ falta de serviço de entrega expressa por todo o país;
­ o local e o deslocamento espacial têm peso quanto a decisão do número de Centros de Distribuição necessários a serem disponibilizados no Plano Estratégico;
­ evolução para atender o varejo, isto é, os itens soltos, sejam eles perecíveis ou não, mas que devem ser transportados simultaneamente.



O comércio envolve a troca de bens e serviços por dinheiro, mas o que importa é que o objetivo final de toda a cadeia produtiva é o consumidor. Tradicionalmente este se abastece a partir do varejo por um canal de comercialização de produtos que liga os fabricantes e seus fornecedores a atacadistas e varejistas.

Inicialmente ocorria sem o dinheiro, neste caso temos a fase do escambo.





Os armazéns gerais surgiram na fase colonial de ocupação do Oeste norte-americano, destacando-se:
­ comerciante encomendava o que achava ser de interesse para seus clientes;
­ não havia retorno do que não vendesse e permanecesse nas prateleiras, ou qualquer tipo de promoção;
­ não havia variedades em tamanho, marcas, etc.;
­ situavam-se em pontos nevrálgicos da rede de transportes; e
­ pedidos eram feitos através dos caixeiros-viajantes.

A comercialização por catálogos surgiu em decorrência da vontade dos consumidores em querer mais variedade e sofisticação e a impulsão advinda da criação do sistema postal norte-americano:
­ em 1886, Richard Sears abre sua empresa, que se destacou no mercado pela “devolução incondicional do produto dentro de um prazo, com o reembolso total da mercadoria paga”. Era a confirmação do slogan “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”, como um modo de contornar a compra à distância; e
­ a centralização dos estoques foi o avanço característico na logística da época, possibilitando rapidez, variedades, eliminação de intermediários e redução de preços.

A vontade pela compra pessoal deu origem à especialização do varejo.

As lojas especializadas surgiram em decorrência da sofisticação da demanda, que obrigou os comerciantes a acompanharem às variações da moda, bem como do lançamento de novos produtos. Assim, passaram a conhecer as preferências dos seus clientes.

A melhoria do transporte urbano e suburbano facilitou a centralização das áreas comerciais.

O conceito de drugstore surgiu no fim do século XIX em decorrência do farmacêutico que residia no fundo de seu estabelecimento e assim vendia alguns itens a mais na sua loja.

As lojas de departamentos surgiram no início do século XX baseadas no conceito de incorporar as vantagens da especialização de diversos setores em um único prédio. Assim, em cada setor fisicamente separado na loja e muito bem arrumado, haviam vendedores especializados em um tipo de produto, possibilitando um atendimento dirigido.

Os supermercados surgiram em meados do século XX sob o conceito de auto-serviço. Contudo, pelo fato de serem voltados para gêneros alimentícios, o seu fortalecimento demorou em virtude do baixo nível de acesso à geladeira e automóvel, principalmente por surgir entre as 1ª e 2ª Guerras Mundiais.

Os hipermercados surgiram em virtude da busca por melhorias no atendimento e na variedade de produtos para o lar.

As cadeias varejistas surgiram em decorrência da expansão do uso do automóvel, dos congestionamentos urbanos, dificuldades de estacionamento e crescimento dos bairros e subúrbios.

As franquias surgiram em virtude da dimensão que passou a tomar as cadeias varejistas e a complexidade desta administração. Este tipo de comércio se caracteriza pelo fato do franqueador transferir ao franqueado todo o conhecimento necessário ao negócio, porém a propriedade do estabelecimento e o capital necessário são do franqueado.

Os shopping centers surgiram na fase de expansão dos bairros e dos subúrbios, reunindo as lojas especializadas para atender um tipo de consumidor mais exigente, sob um mesmo teto, agregando outras facilidades como estacionamento, restaurantes, cinemas, bares, ar condicionado, etc, que possibilitem um aumento de vendas por metro quadrado de loja.

As lojas de descontos surgiram da não preocupação com as instalações do prédio ou seu acabamento, como ocorre com os shopping centers, reduzindo os custos.

As outlets surgiram da operação direta da loja pelos fabricantes dos produtos, que têm contato direto com os consumidores, procurando conhecer melhor suas preferências e hábitos de consumo.

O comércio eletrônico surgiu com o desenvolvimento dos sistemas de comunicação e advento da informatização.

O varejo por máquinas surgiu com o desenvolvimento dos meios eletromecânicos, mas depende muito da estabilidade da moeda.

Então, quais são as necessidades e/ou expectativas que impulsionam o consumidor quando vai adquirir um bem ou produto?
­ a informação sobre o produto;
­ o produto por si mesmo;
­ a posse do produto no momento desejado;
­ a gratificação ou o prazer pessoal ou familiar;
­ a relação de confiança e parceria com o varejista; e
­ a continuidade na relação de confiança na fase pós-venda.

Estas necessidades estão ligadas à evolução do perfil da oferta e da demanda. Podemos dizer que a mobilização maciça dos EUA para a produção bélica elevada na 2ª Guerra Mundial provocou o desenvolvimento de pesquisas e soluções e assim, muitos conceitos administrativos e de gestão foram criados ou aperfeiçoados, como por exemplo, o da linha de produção típica criada por Henry Ford.
O resultado deste esforço pode ser notado:
­ na expansão da indústria, do comércio e dos serviços;
­ na elevação expressiva da renda média da população;
­ na elevação do desejo do consumidor por maior diversidade de produtos;
­ no trabalho das mulheres fora do lar;
­ na restrição dos casais a um número demasiado de filhos;
­ no aumento da expectativa de vida da população;
­ nos salários elevados para jovens de grande talento; e
­ no maior número de horas de abertura das lojas.



Do ponto de vista do Marketing a logística é vista como:
Departamento de Vendas > Atacado > Varejo > Pós Venda.

Do ponto de vista do Operador a logística é vista como:
Suprimento > Manufatura > Distribuição > Varejo, que são os elementos específicos e respondem pela operacionalizam da visão do marketing.

Os canais de distribuição são de difícil alteração, pois envolvem estruturas físicas e domínio de informação, logo os acordos são feitos para longo prazo.

O princípio comercial primordial para se obter o maior retorno é o da concentração no ramo principal, ou seja, a conscientização de que varejo não fabrica, assim como, a manufatura não é a responsável pela compra no varejo.
A evolução destes princípios cada vez mais enfatiza que o intermediário se justifica enquanto forem eficientes na colocação do produto no mercado e situações diversas formam canais de distribuição típicos.

Os objetivos dos canais de distribuição são:
­ rápida disponibilidade, estabelecendo o tipo de varejo correto e o sistema de distribuição apropriado;
­ potencializar as vendas, estabelecendo parcerias e até mesmo demonstração do produto no local;
­ cooperar com a cadeia de suprimento, definindo lotes, embalagens, níveis de serviço e fluxo de informações rápidos e precisos; e
­ reduzir os custos de forma integrada.

As funções dos canais de distribuição são:
­ Indução da demanda;
­ Satisfação da demanda;
­ Pós-venda; e
­ Troca de informações.

Os canais verticais são tradicionais, responsáveis pelo comércio varejista e pelo aumento da complexidade e variedade de produtos. A revolução da informação passa a necessitar da análise do cliente para escolha do canal de distribuição.
Os canais híbridos decorrem da execução paralela de dois ou mais elementos específicos de logística. Caracteriza-se pela venda direta com o distribuidor fazendo apenas a entrega, principalmente para grandes consumidores que buscam melhoria, desenvolvimento, grandes descontos, transparência nas ações com conseqüente estabelecimento de um líder na transação.
Os canais múltiplos decorrem da utilização de mais de um canal para vários tipos de consumidores, visando melhorar a competitividade.

As propriedades dos canais de distribuição são:
­ a extensão que corresponde à quantidade de níveis existentes nos canais; e
­ a amplitude que corresponde ao número de empresas existentes nos canais, podendo ser:
­ seletiva quando existem muitas, mas controladas;
­ intensiva quando existem muitas, mas abertas; e
­ exclusiva quando existe apenas uma.

As etapas para elaborar um canal de distribuição são:
­ agrupar os clientes;
­ priorizar as funções, ou seja, informação, customização, afirmação de qual o tamanho do lote, variedade, disponibilidade, pós-venda e logística;
­ realizar benchmarking para confrontação com o concorrente;
­ revisar do projeto sobre as alternativas possíveis x o desejo do consumidor;
­ relacionar custos e benefícios de acordo com a divisão do mercado; e
­ integrar o planejamento com a atualidade da empresa a fim de compatibilizar os requisitos do novo produto com os canais atuais.



Evolução histórica da Gestão Logística do Transporte de Cargas


Aspectos introdutórios

A disponibilidade de uma infra-estrutura adequada potencializa ganhos de eficiência ao sistema produtivo, evitando o comprometimento de atividades econômicas em decorrência da adicional elevação de custos, da redução da competitividade dos produtos de exportação no mercado internacional e de preços mais altos no mercado doméstico.
O transporte tem a função básica de:
­ proporcionar elevação na disponibilidade de bens ao permitirem o acesso a produtos que de outra maneira não estariam disponíveis para uma sociedade ou o estariam apenas a um elevado preço;
­ expandir mercados, produzindo numa escala compatível, pois vislumbra-se maior demanda quando rompe-se monopólios provocados pelo isolamento geográfico;
­ competição entre todos os vendedores; e
­ especialização regional da produção pela vantagem absoluta de custos ou pela vantagem comparativa de custos. Assim, grandes nações deveriam se concentrar no que produzem a menor custo e adquirir fora os que são menos eficientes. Contudo, os preços dos transportes interferem, pois não há especialização sem que haja transporte para vender os produtos.

A chegada da era do transporte internacional e a economia global conduziu o país a valorizar os objetivos nacionais, em função das aspirações que tornam o país competitivo nos mercados mundiais, pois o transporte permite a mobilidade das pessoas, estimulando a disseminação de informações e idéias, bem como distribuição da população.

O transporte, então, tem papel vital em políticas de desenvolvimento, tais como:
­ exploração de recursos;
­ divisão de trabalho;
­ aumento do valor da terra; e
­ produção em larga escala.
Há uma relação recíproca entre desenvolvimento dos transportes e o progresso econômico principalmente nos setores mais dinâmicos da economia, que são aqueles com maiores ligações para frente e para trás, como o automobilístico, o de metalurgia, o da construção civil, o de mecânica e o de elétrica.
É difícil estabelecer um sistema ideal, pois o transporte volta-se para objetivos:
­ econômicos de explorar recursos naturais, elevar a produtividade agrícola, elevar o rendimento industrial e o consumo per capita; e
­ não econômicos de estabelecer uma unidade política, reforçar a defesa nacional e elevar os padrões sociais.
Estes aspectos dependem de decisão de alto nível incorporando cenários futuros de desenvolvimento.

Aspectos pertinentes a evolução histórica no Brasil

No século XIX ocorre o surto ferroviário, devido a uma lacuna hidroviária decorrente de não se conseguir movimentar cargas pesadas a grandes distâncias e suplantar barreiras naturais. Da mesma forma as ferrovias tiveram papel importante no aumento do transporte de passageiros e por transportarem cargas pesadas e perigosas a uma velocidade maior e com pouca incidência de acidentes.
Por outro lado o volume de investimentos neste setor foi relativamente alto para os padrões da época. No início os investimentos vieram predominantemente do capital privado inglês até que os problemas da Guerra da Crimeía em 1854/56 motivaram a saída deste capital.
Apenas grandes corporações ou corporações subsidiadas pelo governo detinha o monopólio das linhas. Passaram, também, a sofrer oposição das empresas hidroviárias e problemas técnicos decorrentes de trafegarem por regiões inabitadas sem fluxos de mercadorias consistentes, dificuldade no acesso da costa para o interior do Brasil, o volume de chuvas, a instabilidade econômica e a escassez de carvão.
Nos EUA, particularmente, foram motivadas pela ocupação agrícola, pecuária, avanço industrial da agricultura do oeste, suinocultura e avicultura.
Em 1930 surge uma nova fase advinda da expansão do café, que propiciou uma inserção do país no mercado internacional, motivando a nacionalização de ferrovias de pequenas extensões.
No século XX, o desenvolvimento científico e tecnológico ajudou o aparecimento das rodovias, bem como o fato da ferrovias serem extensas, estarem sob intervenção estatal, terem tarifas baseadas no valor das mercadorias transportadas e demorarem mais para serem construídas. Assim, surgem comparações pela escolha da melhor linha de ação, tendo a rodovia com característica de transporte de baixa escala, pouca intervenção estatal e fretes baseados nos custos.
O Brasil estava direcionado para atender as exportações com linhas dirigidas do interior para os portos regionais e não para o mercado interno. O transporte rodoviário passa a permitir o processo de entrega porta a porta.

Com a evolução da pesquisa do petróleo no Brasil, surgem os dutos para líquidos, porém com a crise do petróleo nos anos 70 há uma reavaliação voltada não para a concorrência intermodal, mas para a complementaridade.

Privatização e Regulação dos Transportes no Brasil

De 1950 a 1970 o governo investiu nas rodovias para integrar os mercados regionais, a partir do desenvolvimento do Sudeste, pois as ferrovias já estavam definidas. Contudo, problemas como a inflação, controle rígidos de preços e tarifas públicas e a desvinculação de impostos de taxas destinadas ao setor impediram novas expansões e uma manutenção ideal.
Em 1995, surgem as primeiras mudanças de reestruturação do setor de transporte decorrentes da utilização de serviços multimodais, com o uso intensivo dos recursos modernos de comunicação. O governo passa a monitorar a dinâmica do mercado de transporte para incentivar o capital privado com planejamento multimodal e financiamento privado. Na fase inicial de privatização os riscos foram reduzidos, haja vista as estatais já possuírem ativos.
Esta reestruturação motivou:
- fomento à concorrência intermodal e intramodal;
- fomento à complementaridade intermodal e intramodal; e
- preservação e expansão do sistema de transporte.

No setor ferroviário a desestatização iniciou-se na década de 80.

No setor portuário ocorreu um estreito relacionamento com o poder público, particularmente com a concessão do Porto de Santos a partir de 1888, seguindo-se por 90 anos. Este era uma das principais, se não, a principal saída da produção até a década de 80. A primeira Lei quanto a este aspecto surgiu em 1934.
Entre 1975 e 1990, a Portobrás surgiu como uma tendência de flexibilização deste monopólio, recebendo rendas pela cobrança de uma taxa sobre a movimentação de mercadorias fora do cais público e pela utilização do porto. Surgem:
- a Companhia de Docas e Portos da Administração Direta;
- empresas concessionárias de portos, privadas e estatais; e
- terminais de uso privativo.

Atualmente, o espírito das novas Leis está em estimular a concorrência:
“O Estado deve abster-se de prover bens e serviços econômicos nas situações em que estes possam ser adequadamente supridos pela iniciativa privada.”
O transporte proporciona a possibilidade de união entre produção e desejos de consumo entre agentes distantes. A Logística é a única fronteira para diminuir custos, enquanto não se tem infra-estrutura. Os custos podem aumentar ou diminuir o preço pago pelo consumidor final.

A oferta dos serviços de transporte

A oferta dos serviços de transporte tem influência:
- macro econômica quando atua no planejamento do transporte, no planejamento regional e no impacto ambiental; e
- micro econômica quando possibilita o equilíbrio do mercado.
Pode ser organizada por transporte de serviço regular ou contratado para determinada viagem. Algumas especialidades necessitam melhor análise, haja vista a pulverização da oferta, atributos não monetários como o tempo de carga e a adaptação da oferta à solicitação do contratante.

As principais características da oferta do transporte são:
- a tecnologia, devido ao impacto no custo operacional, capacidade e velocidade. Sendo dependente do interesse do agente OFERTANTE;
- a estratégia operacional estabelecida pelo agente OPERADOR, face aos seus objetivos e comportamentos;
- os requisitos institucionais e restrições estabelecidos pelo agente REGULADOR; e
- o comportamento da demanda atribuído ao agente EMBARCADOR, pois este é o dono da carga e precisa da viagem.

Os custos do transporte são divididos em:
- de investimentos, voltados à implantação pública ou privada; e
- de transferência, pois são os decorrentes das atividades operacionais, administração, infra-estrutura, impostos e taxas, sendo repassados aos consumidores.

O frete

O frete é o preço de equilíbrio de mercado. Os fatores determinantes deste valor não estão necessariamente relacionados a um aumento diretamente proporcional à distância percorrida.
No Brasil, o aumento do preço do frete é decorrente da diminuição da competitividade intermodal e subaproveitamento do potencial dos modais alternativos, como o ferroviário e o hidroviário.
(As variáveis que podem afetar o preço do transporte são descritas nas páginas 92 a 97 do livro adotado)
A relação entre os fatores que podem identificar os preços dos fretes e os custos operacionais de transporte são de difícil mensuração devido às condições de transporte e desempenho do transportador.
O descontentamento atual dos transportadores se dá pela diferença existente entre a evolução dos custos operacionais com relação ao preço do frete praticado. Um dos pontos a serem considerados está no fato de que alguns custos não devem ser rateados linearmente.
(As variáveis que podem afetar o preço do transporte são descritas na página 99 do livro adotado)

Centrais de carga


As centrais de carga preocupam-se com a carga de retorno, buscando informações sobre o maior número possível de cargas. Consequentemente, acabam por reduzir o número de veículos nas estradas.
Atuam, também, como mecanismo de coordenação de fretes quando reduzem as incertezas da carga de retorno e o tempo de procura pela mesma, ao mesmo tempo em que aumentam a oferta de transportadores.
Na década de 90 surgiram as Centrais de Informação de Fretes (CIF) e com elas o progresso nacional das CIF, baseado no princípio de que o acesso à informação é a base da transparência do negócio. Principalmente para a oferta de espaços vazios e ociosos nas frotas e fretes com trajeto fixo.
A internet propiciou uma ampliação e agilização das informações através dos “Load matching services”, ou serviços de contratação de cargas. Houveram problemas em decorrência do tempo de vida destas empresas.
A primeira tentativa deste tipo de sistema surgiu com o DNER em 1975 e 76. O objetivo era auxiliar a otimização da CIF, permitindo agilidade nas etapas não produtivas do processo de transporte.
É importante frisar que a CIF não opera, manuseia ou transporta, mas limita-se a obter e divulgar imparcialmente condições de negociações e disponibilidade de cargas tais como o valor do frete, o tipo de carga, as cidades envolvidas, o peso, o volume, os prazos, os tempos de carga e os de descarga.
A título de exemplo, um estudo de uma determinada frota demonstrou que sem a CIF aquela frota levava cerca de 100 km para procurar uma carga de retorno. Após o uso da CIF, passaram a levar cerca de 11,7 Km.

Considerações

Deve-se atentar para o custo da obtenção da carga de retorno, pois não é difícil ocorrer um aumento nos custos administrativos em decorrência desta procura. O mesmo pode ocorrer ao tentar se disponibilizar veículos e motoristas, acabando por prejudicar os prazos dos clientes, contaminar ou perder a qualidade da carga.
As centrais devem atender ambos os lados, pois:
- o transportador procura ou anuncia sua disponibilidade; e
- o embarcador anuncia ou procura veículos para suas necessidades de transporte.

Transporte de Cargas

Desempenho

A medição do desempenho é importante para saber o quanto foi atingido dos objetivos principais estipulados à empresa. Pode-se dizer que a partir dos anos 90 houve um crescimento do tema e consequentemente uma incorporação às estratégias das empresas.
Desempenho é “o resultado da combinação das categorias de dado sujeito ou sistema relacionado com sua finalidade ou essência e representado principalmente por qualidade e quantidade".
O desempenho possui quatro funções conforme a necessidade do cliente:
- na manufatura, visando a alteração física ou produção de algo e apresenta-se no valor “FORMA”;
- no transporte, visando o deslocamento e apresenta-se no valor de “POSSE”;
- no suprimento, visando a posse ou a propriedade e apresenta-se no valor de “POSSE”; e
- nos serviços, visando o tratamento de algo e apresenta-se no valor de “ESTADO”.
Assim, torna-se difícil a quantificação do desempenho pela característica da intangibilidade. Contudo, há uma avaliação do sistema logístico ou de transporte sobre três óticas que são a:
- da eficiência da produção do serviço em relação à utilização dos recursos, dita ótica do OPERADOR;
- da eficácia do atendimento das necessidades dos clientes, dita ótica MERCADOLÓGICA; e
- dos impactos ambientais, sociais e econômicos, dita ótica do AMBIENTE.
Então, por que avaliar?
Justamente para antecipar ações e soluções de problemas.

O que avaliar?
Devemos avaliar os atores diretos, que são os fornecedores e funcionários considerados produtores dos recursos, a empresa, os concorrentes e os consumidores. Ao mesmo tempo deve-se buscar os aspectos potencializadores de diferencial competitivo que são os custos, a qualidade, o tempo, a flexibilidade e a inovação.

Como avaliar?
Deve-se hierarquizar os processos segundo um critério pré definido.
A medição do desempenho pode seguir os seguintes passos básicos:
- definir quais os atributos ou tipos de fatores são críticos;
- mapear os processos definindo as relações de causa e efeito;
- identificar os elementos críticos e as capacidades necessárias;
- conceber as medidas de monitoramento, seus padrões e metas.
Deve-se ter muito cuidado com o problema da profusão de indicadores, proveniente do excesso de dados, de confusão e perda de foco.

As principais medidas de desempenho são a eficiência, a eficácia, a qualidade, a lucratividade, a inovação, a produtividade e a qualidade de vida no trabalho.Neste contexto os indicadores serão avaliações baseadas em fatos, dados e informações quantitativas associadas a uma meta. Também devem ser de fácil obtenção, compreensão e comparação, além de estabelecer relações causais

sábado, 19 de abril de 2008

Estrutura Para PCM Amoxarifado.




SISTEMAS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Sistemas de controle de estoques para demanda independente

Sistema duas gavetas
Sistema mais simples de controle de estoques. É recomendável para os itens Classe C.

Sistema dos máximos – mínimos
Também conhecido como sistema de quantidade fixa ou sistema de revisão contínua ou sistema Q.
Sistema no qual a quantidade de pedido permanece constante mas o tempo entre os pedidos varia.
Tenta determinar o ponto específico no qual um pedido será feito (ponto de pedido) e o tamanho desse pedido.
O estoque de reserva é desnecessário neste caso.
Esse sistema consiste basicamente em:
- determinação dos consumos previstos para o item desejado;
- fixação do período de consumo previsto;
- cálculo do ponto de pedido em função do tempo de reposição do item pelo fornecedor;
- cálculos dos estoques mínimos e máximos; e
- cálculos dos lotes de compra.

Sistema de revisões periódicas
- Sistema de Reposição Periódica ou Sistema P
Período de tempo fixo.
Sistema no qual o período de tempo entre pedidos permanece constante mas a quantidade do pedido varia.
Considera um estoque mínimo ou de segurança que deve ser dimensionado para previnir consumo acima do normal e os atrasos de entrega.


Sistemas de controle de estoques para demanda dependente: MRP e MRP II

MRP – MATERIAL REQUERIMENT PLANNING (Planejamento das Necessidades de Material)
É uma técnica para converter a previsão de demanda de um item de demanda independente em uma programação das necessidades das partes componentes do item. (Moreira, 1998)
É um sistema de controle de estoques para itens de demanda dependente.
A demanda de um item é dependente se o seu consumo puder ser programado internamente. São usados na produção interna de outros itens e dependem da previsão de consumo dos itens de demanda independente.
Ex.: Matérias-primas componentes dos produtos e peças para montagem.

O sistema MRP é alimentado com dados provenientes da lista de materiais, do plano mestre de produção e dos relatórios de controle de estoques para permitir o controle de estoques dos componentes e a sua programação.
A lista de materiais de um produto final é uma relação dos componentes desse produto, estruturada por níveis. É ela que estabelece quantas unidades de cada componente são necessárias para a produção de uma unidade do produto final.
Este sistema é alimentado por informações provenientes de:
- Lista de Materiais (Árvore de estrutura do produto);
- Plano Mestre de Produção;
- Relatórios de Controle de Estoques.
Com essas informações o MRP realiza o controle dos estoques dos itens de demanda dependente (componentes, insumos, matérias-primas) e sua programação.

MRP II - MANUFACTURING RESOURCES PLANNING (Planejamento dos recursos da manufatura)
Incorpora, além dos materiais (matéria-prima, componentes) também mão-de-obra e equipamentos.
É uma técnica mais recente, utilizando software especializado.
Aplicável a empresas já racionalizadas em termos produtivos e operacionais.
Visa o cumprimento de prazos e a redução de estoques.
Não avalia as restrições de capacidade de produção. Isso é feito à parte, reciclando o processo se necessário.
A intenção inicial do MRPII era planejar e monitorar todos os recursos da empresa – produção, MKT, finanças e engenharia – através de um sistema fechado que gerava análises financeiras. A segunda intenção era estimular o sistema de produção.
Esse sistema permite a todos trabalhar com um mesmo plano, usando os mesmos números, sendo capaz de simular um plano e testar estratégias alternativas.
O software MRPII é composto por vários módulos e leva até 18 meses para ser instalado. (Chase, et. al, 2000:516)

Métodos de Avaliação de Estoque
Custo Médio
Para se calcular o custo médio, multiplica-se a quantidade recebida do item pelo seu custo unitário. Esse custo é recalculado cada vez que um novo lote do item é comprado. Se o preço se mantém, o custo médio não sofre variações. A tabela seguinte mostra o comportamento do custo médio.



PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)
Proveniente da abreviação inglesa FIFO (First In, First Out), esse método corresponde à valorização dos itens de estoques com base no estoque mais antigo. Fisicamente, o primeiro lote a entrar deve ser o primeiro a ser consumido. Esse processo é importante para os itens que apresentam períodos de validade pequenos. Os ingredientes para alimentos são controlados por esse método no que diz respeito à transferência física de estoque.

UEPS (Ultimo que Entra, Primeiro que sai)
Proveniente da abreviação inglesa LIFO (Last In, First Out). Na movimentação dos itens em estoque assume que os itens que chegaram primeiro são os últimos a sair. Assume que o estoque mais antigo é consumido por último, dessa forma, as entregas são valorizadas considerando os preços mais recentes. (BERTAGLIA, 2003).

Preço de Reposição
Também é conhecido por Método de Custo pela Última Compra (BERTAGLIA, 2003).
Com a utilização do custo de reposição, o valor médio do débito corresponde à multiplicação da quantidade do item pelo preço atual. O último custo existente para o item será sempre atualizado pelo valor mais recente, cada vez que o item é comprado. O exemplo seguinte demonstra a utilização do método de custo baseado na última compra.

domingo, 23 de março de 2008

Curso de Introdução a Logística

Curso de Introdução a Logística

1- LOGÍSTICA E SEUS CONCEITOS BÁSICOS

2- PROGRAMAÇÃO E CONTORLE DE PROCESSO
3- COMPRAS E DISTRIBUIÇÃO, TRANSPORTES.

INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA


Com a evolução da humanidade, com suas necessidades e/ou desejos a serem satisfeitos, surgem um desafio às empresas: disponibilizar seus produtos, ao menor custo possível, no momento e no local adequado de forma que seus clientes possam consumir seus produtos satisfazendo, assim, suas necessidades e/ou desejos.
Atualmente, com a economia cada vez mais globalizada e altamente competitiva, as empresas têm enfrentado descontinuidades e expectativas muitas vezes conflitantes (fornecedores, clientes, acionistas) que exigem uma gestão organizacional muito mais eficiente e eficaz do que no passado. Trata-se de gerenciar essas mudanças organizacionais de forma que as empresas estejam preparadas para enfrentar tais descontinuidades e expectativas de forma rápida, flexível e que proporcione ganhos a todos os envolvidos.

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

Embora a logística sempre tenha existido, sua evolução aconteceu de forma lenta até os anos 40, pois a necessidade da movimentação de produtos, pela própria dispersão geográfica das populações, suas necessidades e pela variedade de produtos, era pequena ou quase inexistente. Na seqüência, se apresenta uma abordagem da evolução histórica da logística e como as funções administrativas foram se integrando em virtude da necessidade de melhor sincronismo para suprir às necessidades dos mercados, e das mudanças na cultura das organizações.

EVOLUÇÃO NUMA PERSPECTIVA HISTORICA

Ao longo do tempo, acompanhando a evolução das organizações, das tecnologias disponíveis e das necessidades do mercado, a logística mudou de ênfase, Desconsiderou-se, propositadamente, o período anterior ao século XX, uma vez que até então a logística era desenvolvida de forma totalmente pratica, sem outra preocupação que não fossem as questões relativas ao transporte e a logística de suprimentos nos exércitos.
Ao longo da história a logística recebeu denominações diversas: distribuição, engenharia de distribuição, logística empresarial, logística de marketing, logística de distribuição, administração logística de materiais, administração de materiais, logística, sistema de resposta rápida, administração da cadeia de abastecimento, logística industrial. Embora denominações diferentes, as mesmas referiam-se sempre à mesma coisa: a gestão do fluxo de bens de um ponto de origem a um ponto de consumo.
Já no início do século XXI, com as profundas mudanças e a disputa por mercados que começam a se tornar uma necessidade das Nações, se pode perceber mais claramente a preocupação com as questões do espaço (onde alocar produtos) e temporais (quando disponibilizá-los) que são dois dos objetivos centrais da logística.
a) Período até os anos 40 – teve seu início situado na virada para o século XX, sendo a economia agrária sua principal influência teórica. A principal preocupação era com as questões de transporte para o escoamento da produção agrícola, uma vez que a demanda existente, na maioria dos casos, superava a capacidade produtiva das empresas.

b) Período dos anos 40 até os anos 60 – em função das duas grandes guerras, surge o termo “logístico” que teve suas raízes na movimentação e no suprimento das tropas durante as guerras. Aqui a ênfase era no fluxo de materiais, e em especial nas questões de armazenamento e transporte, tratadas separadamente no contexto da distribuição de bens.

c) Período dos anos 60 até os anos 70 – começa uma visão integrada nas questões logísticas, explorando-se aspectos como custo total e uma visão sistêmica do processo produtivo. O foco deixa de recair na distribuição física para abranger um leque mais amplo de funções, sob a influência da economia industrial.

d) Período dos anos 70 até anos 80 – corresponde ao “foco no cliente”, com ênfase na produtividade e nos custos de estoques. Surgem modelos matemáticos sofisticados para tratar a questão estocástica, novas abordagens para a questão dos custos não só dos processos logísticos, mas ainda, da questão contábil.

e) Período dos anos 80 até anos 90 – retoma-se, com maior ênfase, a visão da logística integrada e inicia-se a visão da administração da cadeia de suprimentos – SCM, cujo pano de fundo é a globalização e o avanço da tecnologia da informação.

f) Período dos anos 90 até os dias atuais – apresenta um enfoque mais estratégico, em que a logística passa a ser vista como um elemento diferenciador para as organizações. Surge o conceito de Supply Chain Management, com a utilização das ferramentas disponibilizadas pela tecnologia da informação.

Fica claro que este período atual exige muito mais agilidade e flexibilidade por parte das empresas para que possam suprir adequadamente seus mercados, pois neste início do século XXI, as empresas são cada vez mais pressionadas pela necessidade da redução de custos aliada às mudanças nos desejos, necessidades e/ou expectativas dos clientes.
Esta exigência de rapidez e flexibilidade leva as empresas a buscarem a integração de seus canais de suprimentos de forma que possam atender adequadamente aos mercados em que atuam. Porém, para integrar canais de suprimentos, externamente, é necessária uma integração interna das diversas funções administrativas envolvidas pela logística

SUPRIMENTOS

Funções separadas, em que a área de suprimentos (chamada de administração ou gestão de materiais) atua de forma separada da área de Planejamento e Controle da Produção e da área de Distribuição (vista apenas como responsável pelo transporte e armazenamento de produtos acabados).

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
SUPRIMENTOS
Aquisição
DISTRIBUIÇÃO

Integração de Suprimentos e Distribuição, em que se começa a visualizar o papel da Distribuição como sendo mais amplo. Percebendo-se uma interface maior entre a Logística e o Marketing e, consequentemente, estendendo-se mais o conceito de Distribuição de forma a abranger os Canais de Marketing,

Integração de Suprimentos e Distribuição e Planejamento e Controle da Produção, sem integrar Planejamento e Controle da Produção com a Distribuição, conforme se visualiza na figura abaixo Trata-se do estágio em que se busca resolver problemas durante o processo produtivo, garantindo-se prazos de entregas e qualidade dos materiais que entram no processo de produção.

SUPRIMENTOS
Aquisição
DISTRIBUIÇÃO
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Integração das três funções (Suprimentos, Distribuição e Planejamento e Controle da Produção. Nesse estágio, apresentado na figura abaixo surge o conceito de Logística Integrada, em que se busca uma visão mais abrangente da gestão logística e que a preocupação com o cliente final passa a ser muito mais abrangente e o nível de serviço assume papel de destaque com o conceito de produto ampliado.

SUPRIMENTOS
Aquisição

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
DISTRIBUIÇÃO

Evolutiva – integração das três funções: visão da logística integrada

Integração total da organização com a visão da logística como fator de diferenciação, existindo a preocupação com a integração do ambiente interno com o ambiente externo para otimizar processos e possibilitar maior agregação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva. Este estágio pode ser visualizado na figura abaixo.

A Logística como fator diferenciador

Nesse processo evolutivo se percebe que até a metade da década de 80 as avaliações tradicionais estavam em profundos conflitos, pois o Marketing era avaliado em relação a sua participação no mercado, Engenharia e Pesquisa & Desenvolvimento eram avaliados pelo número de novos produtos lançados, a área de Distribuição avaliada pelo custo de transporte e armazenagem, a Administração de Pedidos sobre o índice de atendimentos, Vendas avaliadas pelo crescimento, Compras avaliadas pelo menor preço unitário, Finanças avaliadas pelo número de itens em estoques e a Manufatura avaliada pelos custos unitários de produção. Não existia uma lógica integradora nesse processo. Foi exatamente o surgimento do conceito de Supply Chain que veio trazer essa visão integradora ao processo logístico, em função de uma ótica centrada no atendimento ao cliente com eficiência e eficácia, aos menores custos possíveis, agregando valor aos produtos.

Tal processo pode ser explicado pelas profundas transformações ocorridas tanto no

meio ambiente interno, quanto no meio ambiente externo das organizações

(entenda-se mercado), pois o papel e a necessidade da logística determina-se pelas.

Transformações ambientais, que exigem ou provocam mudanças nos paradigmas.

Organizacionais para poder fazer frente às novas exigências do meio em que as

organizações se situam. Pode-se perceber a grande necessidade da logística

A NECESSIDADE DA LOGISTICA / SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

A logística, a partir da abordagem do Supply Chain Management, é importante ferramenta para suportar as vantagens mercadológicas (Marketing) decorrentes da agilidade e flexibilidade demandadas pelas pressões ambientais, daí a necessidade de conhecer-lhe os conceitos básicos.

Conceitos de Logística Supply Chain Management
Suprimento Cadeia Administração
Fornecimento Corrente Direção
Para compreender melhor porque SCM é mais que logística e compreende a logística, é necessário Conhecer alguns conceitos de logística, uma vez que, embora a logística tenha sido utilizada desde os primórdios da civilização, o seu conceito é moderno e não é específico para as atividades públicas ou privadas, mas aplicável a qualquer atividade que utilize seus conceitos básicos.
Conceitos básicos
“A Logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável”. (BALLOU, 1995)

“A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”. (CHRISTOPHER, 1997).


BREVE CONCEITO DE DEMENDA

Introdução

Previsão da Demanda é a tentativa de prever qual a quantidade de um determinado produto que os clientes deverão comprar em determinado período. Esse exercício é vital para todo planejamento empresarial, principalmente para o gerenciamento e manutenção de estoques.
Existem vários tipos de demanda variando de acordo com a natureza do produto. As técnicas aqui apresentadas tem por objetivo apresentar as formas de cálculo de previsão da demanda não preocupando-se em definir qual técnica é melhor ou pior pois isso irá variar caso a caso e deverá ser definido pelo Administrador que estiver prevendo a demanda do seu(s) produto(s)

Tipos de Demanda

Demanda Permanente

Nesse caso, o volume de consumo permanece constante, sem grandes variações no decorrer do tempo e não sofre influências conjunturais, ambientais e mercadológicas, mantendo-se um valor médio no decorrer do tempo. Como exemplo, podemos citar o creme dental Colgate, que manteve-se no mercado por muito tempo e mesmo com as inúmeras variações cambiais e outros fatores externos, sua demanda continuou estável.

Demanda de Produção

Toda organização industrial propõe-se a executar duas coisas: a primeira é produzir seu produto; a outra é comercializar o que produz. O sistema de produção requer a obtenção e utilização dos recursos produtivos, que incluem: mão-de-obra, materiais, edifícios, equipamentos e capital. A comercialização exige a interação a outras atividades, tais como: pesquisa de mercado, promoção, vendas, distribuição e pós-vendas.
Entretanto, tudo o que está envolvido na produção e na comercialização requer a utilização de recursos financeiros. Assim, a empresa deve financiar as fases de produção e comercialização, e isso resulta em uma terceira coisa que toda organização deve fazer: a adequação e gestão das necessidades financeiras.

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO (PCP)

O planejamento da produção é um conjunto de ações inter-relacionadas que objetiva direcionar o processo produtivo da empresa e coordená-lo com os objetivos do cliente; com essa afirmação podemos dizer que o planejamento está envolto por duas etapas importantes dentro do processo que são : a programação e o controle da produção. O PCP é um sistema de transformações e informes entre marketing, engenharia, fabricação e materiais, no qual são manuseadas as informações a respeito de vendas, linhas de produto, capacidade produtiva, potencial humano, estoques existentes e previsões para atender às necessidades de vendas. Sua tarefa é transformar todos os planos em ordens viáveis de fabricação.
O Planejamento da produção é o principal elemento de coordenação das atividades de vários departamentos de uma indústria. Essa coordenação é particularmente importante entre os departamentos de vendas, produção e compras. Um planejamento feito sem os devidos cuidados impossibilita a adequada coordenação das atividades afins.
A programação é a fase intermediária entre o setor de planejamento e o setor de controle, sendo, portanto, o setor que de acordo com a demanda do mercado, transforma os planos sob a forma de projeto do produto, roteiro de manufatura, lista de materiais etc, em uma agenda de operações que será base de emissão de ordens de fabricação. Essas funções colocam o Planejamento em uma atuação dinâmica e de controle, para que a emissão das ordens de fabricação atenda às necessidades de mercado e tenha uma posição em relação aos outros órgãos da empresa, de dependência e autoridade, possibilitando assim atingir os objetivos globais da organização.
Planejar a produção ou estabelecer uma agenda de produção é tarefa que requer a consideração de uma multiplicidade de fatores que influem na decisão sobre o que, quanto e quando produzir. Supondo que estejam disponíveis todas as informações no Planejamento , para elaborar a programação da produção necessitaremos considerar os seguintes fatores:

Fatores Externos
. Demanda de mercado;
. Datas de entrega estabelecidas;
. Estoque em poder de intermediários;
. Tempo necessário para obtenção de matéria-prima.

Fatores Internos
. Estoque de produtos acabados;
. Equipamento disponível;
. Pessoal disponível;
. Materiais e ferramentas disponíveis;
. Lotes econômicos de produção;
. Regime de trabalho;
. Tempo necessário para a execução das operações;
. Possibilidade de rejeições.

LOTES ECONÔMICOS

1) Lote econômico de produção

Quando temos estoque reserva, toda vez que aumentamos a quantidade a ser fabricada, aumentamos o estoque médio de nossa empresa, e isso propicia, também, um aumento de custos de manutenção de armazenagem, juros, obsolescência, deterioração e outros. Por outro lado, aumentando-se as quantidades do lote de fabricação, diminuem os custos de preparação das máquinas, o custo por unidade fabricada, de mão-de-obra e manuseio. O resultado é que teremos dois focos de forças nos afetando, ou seja, duas fontes opostas, uma encorajando estoques para facilidade de atendimento, porém com custos críticos, e outra desencorajando-os em face desses custos.

O conceito de lote econômico foi muito utilizado até meados dos anos 80, geralmente amparados em conceitos especulativos, de mercados protegidos e principalmente por alta demanda de seus produtos em seus mercados. Todavia, com a saturação de alguns mercados, desenvolvimento e aplicação das técnicas japonesas da administração da manufatura, o rápido crescimento tecnológico e a globalização da economia tornaram esse conceito, o do lote econômico, sem validade efetiva no processo de gestão de estoques. As filosofias modernas e suas ferramentas de gestão de manufatura apresentam-nos um novo paradigma logístico e uma nova ação para fazer frente aos fortes mercados globalizados e altamente competitivos que as organizações enfrentam.

O que leva as empresas a utilizar lote econômico era a visão de que, quando um lote de determinada peça aumentava, os custos por período de tempo, que tendiam a diminuir com o aumento do volume do lote, iriam diminuir a uma razão maior em relação aos custos dos fatores, que tenderiam a aumentar. E isso mostrava que haveria uma tendência para o custo total por período de tempo diminuir mais, enquanto o lote aumentava até um limite que seria mínimo, e a partir daí voltaria a crescer novamente.
O lote econômico é a quantidade a encomendar ou produzir de modo que não haja desperdícios, levando-se em conta o custo total da operação.


LE p = 2 C pr X Ca
CAa [1 – (Ca : M xp)]

LEp = Lote econômico de produção;
Cpr = Custo de preparação do lote de fabricação;
Ca = Consumo anual da peça;
CAa = Custo de armazenagem anual;
M xp = Máxima produção possível.
Quando temos estoque reserva e se aumenta a quantidade a ser comprada, aumentamos o estoque médio de nossa empresa, e isso propicia, também, aumento de custos de manutenção de armazenagem, juros, obsolescência, deterioração e outros. Por outro lado, aumentando-se as quantidades do lote de compra, diminuem-se os custos de pedido de compra, o custo por unidade comprada, de mão-de-obra e manuseio.
O conceito de lote econômico foi muito utilizado em meados dos anos 80, totalmente suportados em conceitos especulativos, de mercados protegidos e da alta demanda em seus mercados.
O grande objetivo é evitar compras desnecessárias e estoques grandes com elevados custos de manutenção, manuseio e aluguel de instalações.
Para facilitar e eliminar o processo exaustivo de múltiplas tentativas de cálculos do lote econômico de compras, foi desenvolvida uma fórmula, derivada do custo total.

2) Lote econômico de compras

LE = 2 C X Cp
CA

LE = Lote econômico;
C = Quantidade consumida do produto;
Cp = Custo do pedido;
CA = Custo de armazenagem unitário anual.

SISTEMA JIT Just-in-time
O Just in Time surgiu na década de 70 no Japão implementado pela Toyota que buscava um sistema de administração que pudesse coordenar a produção com a demanda especifica modelos sem o mínino de atraso

O sistema JIT tem como objetivo fundamental à melhoria continua do processo produtivo. O Just-in-time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios, via o melhoramento contínuo dos processos de produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que se refere a fatores com a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos.

Com efeito, ganhos impressionantes têm sido relatados na literatura (e podem ser verificados empiricamente/ experiências) relacionados a diminuição dos tempos totais de produção, dentre outros indicadores de produtividade e qualidade.

Três eixos de ação são frequentemente citados (Hay [22]), (Robinson [39]) como sendo os elementos centrais que implementam a filosofia do JIT, quais sejam:
(i) a instauração de um fluxo de materiais contínuo e constante através da planta e estendendo-se até os fornecedores que passam a ser vistos como extensões da fábrica;
(ii) a implantação de procedimentos e atitudes voltados para a qualidade e a eliminação de atividades que não agregam valor e
(iii) o envolvimento e a participação da mão-de-obra direta como elemento gerador e executor de soluções visando a melhoria do processo produtivo.

Ainda nesse mesmo plano, um conjunto de procedimentos relacionados à flexibilidade, em particular no que se refere ao processo de introdução de novos produtos.

Comentários
Entenda-se aqui o termo velocidade de forma abrangente, referindo-se à velocidade de atendimento ao cliente, à velocidade do fluxo de materiais e também à velocidade de mudança do mix de produção que está sendo fabricado.
Veja-se a esse respeito resultados de experimentos realizados no seminário de Técnicas Industriais Japonesas

CENARIOS E PRODUÇÃO DO JIT

Por exemplo: a padronização dos componentes e materiais utilizados no projeto; o uso de itens que sejam facilmente compráveis ou produzidos; a preocupação, desde a primeira hora, com o processo de fabricação do produto, buscando aí simplificações que facilitem uma eventual automatização. A figura ilustra a abordagem JIT como um processo de (re) construção amplo e gradual do sistema de produção onde vários blocos (isto é técnicas, procedimentos e abordagens) relacionados a esses três elementos centrais se conjugam configurando um ambiente de produção voltado para a qualidade, baixo preço e a velocidade.

Eliminação de desperdícios / Melhoramento contínuo relação estável de suprimento c/ fornecedores
Produção “Puxada”” Kanban Arranjo físico celular Redução dos tempos de preparação
Nivelamento de produção e balanceamento dinâmico Automação Dispositivos Poka Yoke Andon

Controles Visuais Inspeção pelo operador Ferramentas da qualidade Controle em todas as fases do processo Manutenção preventiva Pequenos grupos para solução de problemas Sistemas de premiação e sugestões de melhoria Treinamento para trabalho multifuncional e multitarefas

Programas 5S Treinamento em qualidade Envolvimento da mão-de-obra Autonomia de decisão para encarregados de linha Estrutura organizacional em poucos níveis Gerência facilitadora

Velocidade / Baixo custo / Qualidade Eliminar Desperdiço A abordagem Just-in-time: objetivos técnicas e fundamentos

2- ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL

De muitas formas, a administração de materiais é o inverso da distribuição física. Trata do fluxo de produtos (suprimentos) para a firma ao invés de a partir dela. Muitas atividades de administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física, embora hajam diferenças que enfocam principalmente o modo pelo qual os fluxos são iniciados e sincronizados e a seleção das fontes de fornecimento. Os custos da movimentação de suprimento tendem a ser menores do que os custos de distribuição, sendo em média de 3 a 7% das vendas. 

A distribuição física tem custos duas a três vezes maiores do que o limite superior da média do suprimento.
As atividades no canal de suprimento são fundamentais para a administração de materiais, pois elas afetam a economia e a eficácia do movimento de materiais. As tarefas mais importantes são: (1) inicialização e transmissão das ordens (pedidos) de compras, (2) transporte dos carregamentos até o local da fábrica e (3) manutenção dos estoques na planta. A motivação da administração de materiais é satisfazer às necessidades dos sistemas de operação. 

Essas necessidades provêm das curvas de demanda dos clientes, das atividades de promoção e dos programas e planos de distribuição física. Estas são convertidas nos programas e planos de produção ou operação.

CICLO DE SUPRIMENTO

A necessidade da linha de produção ou do sistema de operações são convertidas em ordens de compra. Um comprador seleciona fornecedores que atingem requisitos de preço, entrega e qualidade exigidos. Uma ordem de compra é preparada e enviada à firma fornecedora. Em seguida, o fornecedor processa e prepara a ordem de remessa. A entrega é arranjada pelo fornecedor ou pela firma compradora, conforme os acordos de preço. Após a recepção do carregamento, este é submetido à inspeção de qualidade e colocado no estoque até ser necessário para as operações.

Boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências da operação, aplicando o conceito de custo total de modo a tirar vantagem da oposição das curvas de custo, com o objetivo de prover o material certo, no local de operação certo, no instante correto e em condição utilizável ao custo mínimo. A logística moderna agrega o suprimento e a distribuição dentro do possível numa única organização.

A tarefa de administrar tráfego ou estoques é similar, tanto na administração de suprimento como na distribuição e a administração integrada pode melhorar a coordenação das atividades e diminuir o custo administrativo.

Com relação à obtenção, o processo é extenso e envolve mais atividades do que aquelas diretamente relacionadas com movimentação e armazenagem de mercadorias.
Na seleção de fornecedores, leva-se em conta o preço, qualidade, continuidade de fornecimento e localização. A localização é importante porque representa o ponto de partida geográfico a partir do qual os bens devem ser entregues. 
A distância entre fontes de suprimento e o comprador influencia o tempo necessário para obter as mercadoria, além de afetar a confiabilidade dos prazos de entrega.
A ordem de compra é o documento primordial para iniciar o fluxo de produtos no canal de fornecimento. 

O termo obtenção é utilizado para referir-se aos aspectos de compras que têm algum impacto nas atividades de movimentação e armazenagem. O termo compras, usado tradicionalmente em muitas empresas, envolve tanto compras como funções de movimentação de materiais.
A administração de materiais atende apenas poucos clientes ou mesmo um único, enquanto a distribuição física atende muitos. O cliente da administração de materiais é o sistema de operações.
Os estoques agem como “amortecedores” entre suprimento e demanda ou entre suprimento e necessidades de produção. 

Os estoques são benéficos ao suprimento porque garantem maior disponibilidade para a linha de produção, diminuem o tempo dedicado pela administração para manter a disponibilidade e podem reduzir custos de transporte.

Para um item ser mantido em estoque de forma econômica ao invés de ser comprado sob encomenda, deve possuir as seguintes características: (1) ser comprado em quantidades iguais ou maiores a um lote mínimo, (2) o fornecedor deve conceder descontos por volume, (3) ser de valor relativamente baixo, (4) ser econômico comprá-lo juntamente com outros itens, (5) poder ser usado numa larga variedade de modelos ou produtos, (6) ter fretes e requisitos de manuseio que facilitem a compra em grandes lotes, (7) ter alto grau de incerteza na entrega ou na continuidade do suprimento.
Quando as necessidades de operação são “protegidas” por estoques, são os critérios de controle de estoques que determinam o lançamento das ordens de compra para ressuprimento. 

Quando uma ordem é liberada, esta tem a quantidade mais econômica em termos de preço e custos de transporte. No suprimento direto para a produção, temos os materiais com altos valores individuais, que podem ser utilizados apenas num número limitado de modelos e produtos, onde encomendá-los diretamente para atender às necessidades de produção torna-se o modo mais econômico de realizar seu suprimento. Neste caso, o administrador necessita de informações confiáveis sobre os tempos de ressuprimento para garantir que o planejamento do suprimento físico seja feito com precisão razoável.

COMPRAS

Essa função é responsável pelo estabelecimento do fluxo dos materiais na firma, pelo seguimento junto ao fornecedor, e pela agilização da entrega. Prazos de entrega não cumpridos podem criar sérias perturbações para os departamentos de produção e vendas, mas a função de compras pode reduzir o número de problemas para ambas as áreas, além de adicionar lucros.
Os objetivos da função de compras podem ser subdivididos em quatro categorias:
· Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade necessárias.
· Obter mercadorias e serviços ao menor custo.
· Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor.
· Desenvolver e manter boas relações com os fornecedores e desenvolver fornecedores potenciais.

Para satisfazer a esses objetivos, devem ser desempenhadas algumas funções básicas:
· Determinar as especificações de compra: qualidade certa, quantidade certa e entrega certa ( tempo e lugar ).
· Selecionar o fornecedor ( fonte certa )
· Negociar os termos e condições de compra.
· Emitir e administrar pedidos de compra.

Ciclo de compras
O ciclo de compra consiste nos seguintes passos:
1. Receber e analisar as requisições de compra.
2. Selecionar fornecedores. Encontrar fornecedores potenciais, emitir solicitações para cotações, receber e analisar cotações, selecionar o fornecedor certo.
3. Determinar o preço correto.
4. Emitir pedidos de compra.
5. Fazer um acompanhamento para garantir que os prazos de entrega sejam cumpridos.
6. Receber e aceitar as mercadorias.
7. Aprovar a fatura para pagamento do fornecedor.

QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES

Seleção
O objetivo da função de compras é conseguir tudo ao mesmo tempo: qualidade, quantidade, prazo de entrega e preço. Uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos.

Fontes

Há três tipos de fontes: única, múltipla e simples.Fonte única implica que apenas um fornecedor está disponível devido a patentes, especificações técnicas, matéria-prima, localização, e assim por diante.
1. Fonte múltipla é a utilização de mais de um fornecedor para o item. As vantagens potenciais da fonte múltipla são as seguintes: a competição vai gerar preços mais baixos e melhores serviços e haverá uma continuidade no fornecimento. Na prática, existe uma tendência de relação competitiva entre fornecedor e cliente.

2. Fonte simples é uma decisão planejada pela organização no sentido de selecionar um fornecedor para um item quando existem várias fontes disponíveis. A intenção é criar uma parceria em longo prazo.

FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DOS FORNECEDORES

A importância de especificações por função, quantidade, serviço e preço definem o que se espera do fornecedor, e formam uma base para seleção e avaliação. Considerando isso, há vários fatores quem influem na seleção de um fornecedor.

Habilidade técnica
O fornecedor tem a habilidade técnica para produzir ou fornecer o produto desejado? O fornecedor tem um programa de desenvolvimento e melhoria para o produto? O fornecedor pode auxiliar na melhoria dos produtos? Essas perguntas são importantes, pois muitas vezes, o comprador depende do fornecedor no sentido de que ele forneça as melhorias de produto que poderão aumentar ou reduzir o custo dos produtos comprados. Algumas vezes, o fornecedor pode sugerir mudanças na especificação do produto que irão melhorá-lo e reduzir seu custo.

Capacidade de produção
A produção deve ser capaz de satisfazer às especificações do produto de forma consistente, ao mesmo tempo produzindo o menor número possível de defeitos. Isso significa que as dependências de produção do fornecedor devem ser capazes de oferecer a qualidade e a quantidade exigidas. O fornecedor deve ter um bom programa de controle de qualidade, pessoal de produção competente e capaz e bons sistemas de planejamento e controle de produção, para garantir uma entrega pontual. Esses elementos são importantes porque garantem que o fornecedor possa suprir a qualidade e a quantidade desejadas.

Confiabilidade
Ao selecionar um fornecedor, é desejável que se escolha um fornecedor confiável, reputado e financeiramente sólido. Se a relação deve continuar, deve haver uma atmosfera de confiança mútua e a garantia de que o fornecedor tem solidez financeira para permanecer no negócio.

Serviço pós-venda
Se o produto tem natureza técnica ou provavelmente necessitará de peças de reposição ou apoio técnico, o fornecedor deve ter um bom serviço de atendimento pós-vendas. Isso deve incluir um atendimento bem organizado e um estoque adequado de peças sobressalentes.

Localização do fornecedor
Algumas vezes, é desejável que o fornecedor esteja próximo do comprador , ou pelo menos que mantenha um estoque local. Uma localização próxima auxilia na redução dos tempos de entrega e significa que os produtos em falta podem ser entregues rapidamente.
Outras considerações
Algumas vezes, outros fatores, tais como termos de crédito, negócio recíproco e disposição do fornecedor no sentido de reservar um estoque para o comprador, devem ser considerados.

PREÇO

O fornecedor deve ser capaz de oferecer preços competitivos. Isso não significa necessariamente o menor preço. Esse aspecto considera a capacidade do fornecedor para fornecer as mercadorias na quantidade e na qualidade exigidas, no tempo desejado, e também quaisquer serviços necessários.

No ambiente de negócios, o tipo de relação entre fornecedor e comprador é crucial para ambos. A relação será baseada numa dependência mútua e duradoura. O fornecedor pode confiar em negócios futuros, e o comprador terá garantia de fornecimento de produtos de qualidade, apoio técnico e ambiente de produto. 

A comunicação entre comprador deve ser aberta e plena, de modo que ambas as partes entendam o problema uma da outra, e possam trabalhar juntas na solução de problemas que beneficiarão ambas. Assim, a seleção do fornecedor e a relação com ele estabelecida são. De fundamental importância.

Atributos de um bom fornecedor

Embora uma definição de um bom fornecedor com aceitação ampla seja difícil de ser redigida, há vários atributos que podem ser considerados como desejáveis em um relacionamento típico. A lista seguinte de atributos de um bom fornecedor é apresentada apenas a título de sugestão.
· Entrega pontualmente;
· Fornece qualidade consistente;
· Oferece bom preço;
· Tem antecedentes estáveis;
· Fornece bom serviço;
· Responde às necessidades do cliente;
· Cumpre o prometido;
· Dá apoio técnico / informa o comprador com respeito ao pedido

ARMAZENAGEM DE PRODUTO

Armazenagem e manuseio de mercadorias são componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas. Os seus custos podem absorver de 12 a 40% das despesas logísticas da organização.
Ao contrário do transporte, que ocorre entre locais e tempos diferentes, a armazenagem e o manuseio de materiais acontece, na grande maioria das vezes, em algumas localidades fixadas. Portanto, os custos destas atividades estão intimamente associados à seleção desses locais.

NECESSIDADE DE ESPAÇO FISÍCO

As firmas realmente necessitam de espaço físico para estocagem? Se as demandas pelos produtos da empresa forem conhecidas com exatidão e se as mercadorias puderem ser fornecidas instantaneamente, teoricamente não há necessidade para manter espaço físico para o estoque. Entretanto, não costuma ser prático nem econômico operar desta maneira, pois geralmente a demanda não pode ser prevista precisamente. Para alcançar perfeita coordenação entre oferta e demanda, 

A produção deveria ter tempo de resposta instantâneo e o transporte deveria ser totalmente confiável, com temo de entrega nulo. Isto não existe em operações reais. Portanto, as empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e diminuir os custos totais. Segue-se que manter inventário gera a necessidade do espaço de armazenagem e da movimentação interna dos materiais.

Os custos da armazenagem e do manuseio de materiais são justificáveis, pois eles podem ser compensados com os custos de transporte e de produção, conforme mostra a Figura abaixo. Ou seja, uma firma pode reduzir seus custos produtivos, pois seus estoques armazenados absorvem flutuações dos níveis de produção devido a incertezas do processo de manufatura ou a variações de oferta ou demanda. Além disso, estoques podem reduzir custos de transporte, pois permite o uso de quantidades maiores e mais econômicas nos lotes de carregamento. A questão é justamente utilizar inventário suficiente para o correto balanço econômico entre os custos de estocagem, produção e transporte.

QUATRO RAZÕES BASICAS PARA ESPAÇO FÍSICO

Reduzir custos de transporte e produção. O exemplo da Logística Moderna ilustra apenas uma causa para a necessidade de espaço – reduzir custos de transporte pela compensação nos custos de produção e estocagem. Por conseguinte, os custos totais de fornecimento e distribuição dos produtos podem ser diminuídos.

Coordenação de suprimento e demanda. Empresas que têm produção fortemente com demanda por produtos razoavelmente constante enfrentam o problema de coordenar seu suprimento com a necessidade de produtos. Indústrias alimentícias produtoras de vegetais e frutas enlatadas são forçadas a armazenar produção de modo a atender o mercado durante a entressafra. Inversamente, firmas que devem fornecer produtos ou serviços a uma demanda incerta produzem, em geral, com nível constante ao longo do ano para minimizar custos de produção, mantendo estoques para atender a curta temporada de vendas. 

Aparelhos de ar condicionado e brinquedos natalinos são dois exemplos. Toda vez que fica muito caro coordenar suprimento e demanda de forma precisa, são necessários estoques.
Problemas associados às oscilações nos preços de commodities também podem gerar necessidade de armazenagem. Materiais e produtos que experimentam súbitas alterações de preço (por exemplo, cobre, aço e petróleo) podem ser comprados antes do necessário para obter menores preços. Geralmente será necessário ter espaço para o inventário, mas seu custo pode ser contrabalançado pelos melhores preços obtidos na compra das commodities.( Mercadoria, Artigos, Conveniências.)

Necessidades da produção. A armazenagem pode fazer parte do processo de produção. A manufatura de certos produtos, como queijos, vinhos e bebidas alcoólicas, requer um período de tempo para maturação ou envelhecimento. Depósitos servem não apenas para guardar o produto durante a fase de manufatura, mas, no caso de produtos taxados, a armazenagem pode ser usada para segurar a mercadoria até sua venda. Neste caso, companhias podem evitar o pagamento de impostos até o momento da venda.

Considerações de marketing. É interessante para a área de marketing a disponibilidade do produto no mercado. A armazenagem é utilizada para agregar esse tipo de valor. Ou seja, pela estocagem do produto próximo aos consumidores, podem-se conseguir entregas mais rápidas. A melhoria no nível de serviço devido a melhor entrega, assim como a maior disponibilidade, pode ter efeito positivo nas vendas.

LOCALIZAÇÃO DE DEPÓSITOS

Uma vez estabelecida à necessidade por área de armazenagem a próxima consideração é saber a localização deste espaço. Esta decisão é feita tipicamente em dois níveis. Inicialmente, um armazém é localizado com referência aos outros depósitos do sistema logístico. Como algumas companhias chegam a ter de 30 a 50 locais de estocagem por todo o país, a análise usada para situar toda ela deve ser suficientemente geral, de modo que um armazém qualquer possa ser localizado dentro de um único município.
- Leis do local;
- Atitude da comunidade e do governo local com relação ao depósito;
- Custo para desenvolver e conformar o terreno;
- Custos de construção;
- Disponibilidade e acesso a serviços de transportes;
- Potencial para expansão;
- Disponibilidade, salários, ambiente e produtividade da mão-de-obra local;
- Taxas relativas ao local e á operação do armazém;
- Segurança do loca;
- Valor promocional do local;
- Taxas de seguro e disponibilidade de financiamento;
- Congestionamento de tráfego nas redondezas do local.

3 - TRANSPORTE

O transporte é o principal componente do sistema logístico. Sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores financeiros: custos, faturamento, e lucro. O transporte representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do lucro. 

Além disso, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.
Administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos. Estas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos; decisões estratégicas, e decisões operacionais. As decisões estratégicas se caracterizam pelos impactos de longo prazo, e se referem basicamente a aspectos estruturais. 

As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a dia dos responsáveis pelo transporte. São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no transporte: escolha de modais; decisões sobre propriedade da frota; seleção e negociação com transportadores; política de consolidação de cargas. Dentre as principais decisões de curto prazo, podemos destacar: planejamento de embarques; programação de veículos; roteirização; auditoria de fretes; e gerenciamento de avarias.

ESCOLHA DE MODAIS

São basicamente cinco os modais de transporte de cargas; rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada um possui custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos. Os critérios para escolha de modais devem sempre levar em consideração aspectos de custos por um lado e características de serviços por outro. Em geral, quanto maior o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo.

As diferenças de custo / preço entre os modais tendem a ser substanciais.Tomando como base um transporte de carga fechada à longa distância, verifica-se que, em média, os custos / preços mais elevados são os do modal aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário,

FLEXIBILIDADE DO TRANSPORTADOR

Tanto comercial, quanto operacional, tem se tornado um critério cada dia mais importante no processo de seleção de transportadores. No mundo turbulento em que hoje vivemos, onde a segmentação de clientes e mercados é cada vez mais utilizada, e a inovação é uma constante, ter flexibilidade para adaptar a operação e renegociar preços e contratos é uma necessidade básica da maioria dos embarcadores. 

Questões como local e horários de entrega, tipos de veículo e embalagem, níveis de serviço, são algumas das dimensões importantes de flexibilidade valorizadas pelos embarcadores.

A SAÚDE FINACEIRA DO TRANSPORTADOR

Do prestador de serviço é outro critério crescentemente utilizado na hora de selecionar uma transportadora. A forte tendência por parte dos embarcadores de reduzir o número de transportadoras utilizadas, assim com de estabelecer um relacionamento cooperativo de longo prazo, faz com que a saúde financeira do fornecedor de serviços cresça de importância. 

Nada pior do que investir tempo e recursos no desenvolvimento de um relacionamento sob medida, para descobrir mais adiante que o parceiro não terá condições de acompanhar suas necessidades, seja em termos de capacidade de transporte, seja em termos de modernização tecnológica ou gerencial.

Com a crescente sofisticação das operações de transportes, tanto do ponto de vista tecnológico, quanto do ponto de vista de serviços, a qualidade do pessoal operacional passou a ter uma importância fundamental no desempenho dos transportadores. Por qualidade do pessoal entenda-se educação formal, capacitação técnica, e habilidade comportamental. Portanto, ao selecionar uma transportadora, torna-se cada vez mais necessário conhecer e analisar o perfil profissional do pessoal operacional.

O monitoramento contínuo das operações é uma das principais características das empresas modernas que possuem sistemas logísticos avançados. Ao contratar um terceiro para executar suas operações de transportes, as empresas correm o risco de perder contato com seu desempenho no campo. Para garantir que isto não aconteça, torna-se necessário selecionar um prestador de serviços com capacidade de medir o desempenho e disponibilizar as informações para a empresa contratante. Relatórios típicos que podem ser disponibilizados são, por exemplo.

O percentual de entregas efetuadas em até 24 horas, 48 horas, ou 72 horas, para cada classe de cliente, para cada cidade, ou para cada região. Importante também é identificar problemas ocorridos durante a operação de entrega, e as causas destes problemas. Apenas como exemplo, poderíamos pensar em um relatório mensal que indicasse o número de ocorrências de tentativas frustradas de entrega, e as principais causas destas ocorrências, como por exemplo, ausência do destinatário, ou endereço não existente. Com isto torna-se possível eliminar as causas dos problemas, evitando-se assim que os mesmos venham se repetir no futuro.

FACILITADOR: Marcos Paulo


BIBLIOGRAFIA

MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de Matérias e Recursos Patrimoniais.Saraiva, 2003.

BALLOU, Ronald H. , Logística Empresarial, Prentice Hall, 2000.

POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. Atlas. São Paulo, 2003.

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Costa, R.S., Pontualidade Total na Produção sob Encomenda: Conceito, Tecnologia e Uso da Simulação Computacional na Gestão do Chão-de-Fábrica, Tese de doutorado, COPPE/UFRJ, 1993.
Cunha Neto, E, Planejamento das necessidades de material em indústria mecânica de fabricação e montagem , Dissertação de mestrado COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 1988.

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Falconi Campos, V, Gerência da qualidade total, estratégia para aumentar a competitividade da empresa brasileira, Fundação Christiano Ottoni, 1989.

Hay, E. J., The Just-in-Time Breakthrough: Implementing the New Manufacturing Basics, John Wiley & Sons, Nova York. 1988.
Jardim, E.G.M.; & Galvão, R.D., Planejamento e controle da produção em diferentes estrutura industriais, informativo do INT, Rio de Janeiro 17(33), jan/jul. 1985.
Laurence, A. MRP, OPT, JIT: The facts, Industrial Computing, set. 1986.

segunda-feira, 17 de março de 2008

O Sistema Logístico Integrado

1 - O Papel da Logística na Cadeia de Valor

Uma companhia capaz de dominar todos os esforços de logística e da cadeia de fornecedores tem uma importante vantagem competitiva.

Richard E. Belluzzo
Hewlett-Packard


- O gerenciamento da logística é o processo de administrar o movimento de matérias-primas, peças, trabalho, produtos acabados e informações relacionadas ao longo da cadeia de valor de uma forma eficiente e com um bom custo para atender às exigências do consumidor.
- As demandas do consumidor dirigem todo o processo. Cada aspecto do gerenciamento de logística está voltado para a conclusão de uma troca de marketing que fornece ao consumidor o produto certo na hora certa no local certo, nas condições certas e ao preço certo. É claro que compreender o que os consumidores esperam é um pré-requisito para criar um sistema de gerenciamento de logística.
- O gerenciamento de logística é, para muitas empresas, o maior desafio em termos de concorrência. Um grande produto, com o preço escolhido de forma correta, nos canais de marketing adequados e com uma comunicação integrada de marketing de alto nível não é mais suficiente.
- Para construir de forma lucrativa relacionamentos de longo prazo com o consumidor - e vencer os concorrentes - , as empresas mais atentas estão formulando estratégias para movimentar os produtos e a informação de forma mais eficiente ao longo da cadeia de valor.

1.2 A Vantagem Competitiva e a Cadeia de Valor

- Das muitas mudanças que ocorreram no pensamento gerencial nos últimos 10 anos, talvez a mais significativa tenha sido a ênfase dada à procura de estratégias que proporcionassem um valor superior aos olhos do cliente.
- Grande parte do mérito desta procura deve-se a Michael Porter, professor da Harvard Business School, que através de suas pesquisas alertou os gerentes e estrategistas para a importância central das forças competitivas para alcançar sucesso no mercado.
- Um conceito particular que Michael Porter trouxe para este cenário foi a "cadeia de valor" :
"A Vantagem Competitiva não pode ser compreendida olhando-se para uma firma como um todo. Ela deriva das muitas atividades discretas que uma firma desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo relativo da firma e criar a base para a diferenciação... A cadeia de valor desdobra a firma em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma firma ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente importantes de maneira mais barata ou melhor do que seus concorrentes".
- As atividades da cadeia de valor podem ser categorizadas em dois tipos: atividades primárias (logística de entrada, operações, logística de saída, marketing e vendas e assistência técnica) e atividades de apoio (infra-estrutura, gerenciamento de recursos humanos, desenvolvimento de tecnologia e aquisição).
- Estas atividades de suporte são funções integradoras que atravessam as várias atividades primárias dentro da empresa.
- A vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desempenham estas atividades dentro da cadeia de valor.
- Para ganhar vantagem competitiva sobre seus rivais, uma empresa deve proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades de modo mais eficiente do que seus concorrentes ou desempenhando as atividades de forma que crie maior valor percebido pelo comprador.
- Pode-se afirmar que o gerenciamento logístico tem potencial para auxiliar a organização a alcançar tanto a vantagem em custo/produtividade como a vantagem em valor.
- Como a figura 2.1 sugere, existem muitos modos de a produtividade ser elevada através da logística, assim como também as perspectivas de aumento da vantagem em valor, através de um serviço superior ao cliente.
- Em resumo, as organizações que serão líderes de mercado no futuro serão aquelas que procurarão e atingirão os picos gêmeos da excelência: conseguirão tanto a liderança de custos como a liderança de serviços.

2 - Como a Logística Movimenta os Produtos e a Informação

- Logística Interna é o fluxo interno de matérias-primas, equipamentos e outros bens e serviços, assim como as informações necessárias para fabricar o produto ou prestar o serviço.

- A Logística Externa, também conhecida como distribuição física, cuida do fluxo de produtos acabados e a informação para o consumidor afim de completar a troca de marketing.

- Seis importantes atividades logísticas ocorrem no fluxo de produtos e informações ao longo da cadeia de valor:

- Transporte, armazenagem, manuseio de materiais, gerenciamento de estoques, processamento de pedidos e logística reversa.

- O gerenciamento dessas atividades significa o cruzamento tanto das fronteiras que separam os departamentos internos de uma organização quanto das fronteiras externas entre parceiros da cadeia de valor como fornecedores, atacadistas e varejistas.

- A integração incessante de todas as atividades exige um alto grau de coordenação interfuncional, comunicação e trabalho em equipe.

- Nem todas as empresas colocam a mesma ênfase em cada uma destas atividades. Muitas delas não têm que se preocupar com transporte, armazenagem manuseio de materiais, gerenciamento de estoques, ou trazer de volta os produtos para jogá-los fora, consertá-los ou reciclá-los.

- Por exemplo, a firma de corretagem de ações Merrill Lynch não possui produtos tangíveis para transportar ou guardar, de forma que ela se concentra no processamento de pedidos e funções logísticas relacionadas.

- Outras empresas de serviço como a cadeia de hotéis Marriott concentram-se na logística de processar pedidos (reservas) e gerenciar estoques (toalhas e outros materiais) para renovar a arrumação dos quartos.

- O custo de movimentar produtos e informações ao longo da cadeia de valor é assustador. Em um ano recente, as empresas americanas gastaram US$ 670 bilhões - quase 11% do produto interno bruto do país - em atividades logísticas como embalagem, transporte e armazenagem.

- O simples gerenciamento da logística de forma mais eficiente pode conseguir economias significativas para a empresa e, em última análise, para os consumidores.

- Exemplo: o caso da Dell Computer

3 - Os Objetivos da Logística Integrada

- O gerenciamento integrado da logística é fundamental para as empresas que compreendem a importância de atingirem o objetivo da diferenciação em relação aos seus competidores.

- Martin Christopher define desta forma a logística integrada: "O gerenciamento logístico, do ponto de vista de sistemas totais, é o meio pelo qual as necessidades dos clientes são satisfeitas através da coordenação dos fluxos de materiais e de informações que vão do mercado até a empresa, suas operações e, posteriormente, para seus fornecedores. A realização desta integração total exige uma orientação bastante diferente daquela tipicamente encontrada na organização convencional."

- Na verdade, evolui-se hoje para algo além do gerenciamento integrado da logística interna. Mercados mais evoluídos reconhecem a importância do gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, o Supply Chain Management, um conceito relativamente novo para a maior parte das empresas.

- No atual cenário, o tempo surge como a chave principal, e, nesse aspecto, a rápida resposta logística se torna crucial.

- Pode-se observar a seguir, algumas tendências importantes no cenário dos negócios, que vêm influenciando as questões do gerenciamento logístico integrado:


  1.  As organizações concentram-se nas suas core competences, isto é, aquelas que exigem habilidades especiais, dominadas pela empresa;
  2.  As outras atividades são terceirizadas, e neste caso é enfatizada a importância da rede de suprimentos;
  3.  O estabelecimento de parcerias requer uma nova organização e um novo estilo de gerenciamento;
  4.  A tecnologia de informação não é mais suficiente para criar vantagens, mas, ao contrário, o uso efetivo da tecnologia é que propiciará este diferencial;
  5.  Mercados e fontes de suprimentos internacionalizam-se, e a escala global e empresas virtuais são novos conceitos, cada vez mais presentes;
  6.  O ciclo de vida dos produtos é cada vez menor, e a compreensão e gerenciamento dos prazos logísticos torna-se crucial.


- Vê-se portanto, a importância em administrar o sistema logístico de forma integrada, de ponta a ponta, ou seja, desde o gerenciamento dos materiais, passando pelo gerenciamento da produção até a administração da distribuição.

- Em resumo, a pretensão é alcançar o objetivo da vantagem competitiva, através da redução de custos e da melhoria dos serviços.

- Neste aspecto, um dos fatos mais marcantes, característico dos tempos atuais, é com relação ao encurtamento do ciclo de vida dos produtos, de forma quase generalizada.

- Mudanças tecnológicas e demandas crescentes por parte dos consumidores, tornaram o mercado mais efêmero, ocorrendo situações em que os produtos entram em obsolescência muito rapidamente, tão logo são lançados no mercado.

- Este fato acaba por se constituir num problema para os gestores logísticos, ao influenciarem diretamente nos prazos, isto é, forçando prazos menores, para serem condizentes com os ciclos de vida reduzidos dos produtos.

- Neste caso, faz-se necessário uma nova interpretação de prazo, ou lead-time, modificando a forma tradicional como é definido, ou seja, o período de tempo decorrido desde o recebimento do pedido do cliente até a entrega do produto.

- Na verdade, o prazo a ser considerado precisa ser o prazo real, denominado prazo estratégico, que inclui o tempo consumido desde o projeto do produto, passando pela aquisição de material, fabricação e montagem, até a entrega do produto acabado.

- O gerenciamento deste prazo é crucial para atingir os objetivos logísticos de serviço e custo total.

- Situações ocorrem em que o ciclo de vida de alguns produtos termina por ser menor que o seu prazo estratégico, ou seja, sua vida no mercado é menor que o tempo necessário para projetá-lo, adquirir os materiais, fabricá-lo e distribuí-lo.

- Obviamente, situações como essa causam grandes transtornos para as empresas, no momento de planejar e coordenar ações de compras, produção, marketing e distribuição.

- O meio de alcançar o sucesso em tais mercados é acelerar o movimento através da cadeia de suprimentos e tornar todo o sistema logístico mais flexível e sensível a estes mercados em mutação rápida.

- Três pontos precisam ser atentamente observados, para obtenção dos melhores resultados, e que se constituem nos objetivos do gerenciamento logístico, como se verá a seguir:

3.1 Encurtar o Fluxo Logístico

- Tempos absorvidos pelo trânsito de materiais e na manutenção de estoques intermediários, influem diretamente na extensão dos fluxos compreendidos desde os fornecedores até os clientes finais.

- De fato, estoques presentes na cadeia de suprimentos, quer sejam de componentes, subconjuntos, semimanufaturados ou de produtos acabados, certamente aumentarão o comprimento do fluxo logístico.

- Estes estoques, comumente utilizados pelas empresas como proteção contra as variações da demanda, na verdade trazem apenas como resultado a redução da flexibilidade, ocasionando dificuldades de adaptação no mercado para estas empresas.

- Ao contrário, técnicas e princípios como o Just-in-time nas operações de fabricação e entrega, são mais eficazes no oferecimento de respostas ao mercado.

- No entanto, para a aplicação efetiva destas práticas, um relacionamento de verdadeira parceria com os fornecedores é fundamental, onde se deve buscar os objetivos de cooperação ao invés de comportamentos antagônicos.

- Uma base reduzida de fornecedores também se faz necessária, para viabilizar o estreitamento do relacionamento, que em última análise será importante para se obter sensibilidade às variações de volume e especificações do mercado.

3.2 Melhorar a visibilidade do fluxo logístico


- A má administração da cadeia de suprimentos trará como resultado a falta de visibilidade do fluxo logístico.

- Em empresas tradicionais, os setores funcionais fazem com que, a máxima visão permitida, seja a do próprio departamento ou setor. Possíveis gargalos ou excessos de estoque dificilmente são identificados, prejudicando o fluxo como um todo.

- Estas situações são caracterizadas como barreiras organizacionais, e precisam ser removidas, para que se possa proporcionar a necessária visibilidade do fluxo logístico total.

- Empresas que não possuem visibilidade do processo logístico são, normalmente, aquelas orientadas funcionalmente, constituídas por uma estrutura organizacional convencional, e a idéia é a do "território", onde a informação e a comunicação é pobremente compartilhada.

- Por outro lado, empresas típicas da Era da Informação atuam de forma diferenciada, a partir de estruturas voltadas para o mercado, horizontalizadas, ágeis nas respostas requeridas, amparadas em sistemas de informações de última geração, que lhes permite identificar e agir, em tempo real, em qualquer estágio da cadeia de suprimentos.

3.3 Gerenciar a logística como um sistema

- A globalização da industria e o conseqüente aumento da complexidade do mercado levaram à necessidade inconteste do gerenciamento integrado da logística.

- Assim, cabe às empresas a tarefa de balizar as necessidades do mercado com a capacidade de produção, considerando ainda os objetivos de cumprir as necessidades de serviço a um custo mínimo.

- Esse desafio somente pode ser levado a efeito através de um gerenciamento que reconheça todas as ligações e relacionamentos da cadeia que conecta o mercado fornecedor ao cliente final.

- Essa é, afinal, a essência da logística, isto é, gerenciar o fluxo de materiais da fonte até o usuário.

- A importante questão a ser compreendida neste aspecto é que, o gerenciamento logístico deve ser visto como um sistema interligado, e que, uma decisão tomada em qualquer parte da cadeia, afetará o sistema inteiro.

- A ênfase mudou de uma orientação funcional estreita para a visão mais ampla da cadeia de valor.

- Este tipo de gerenciamento leva à necessidade de compreender que o enfoque deve ser no fluxo de materiais, ao contrário da visão tradicional, onde o que se busca é a eficiência funcional ou departamental.


4 - Como o gerenciamento da logística adiciona valor e constrói relaci -
onamentos


- Uma empresa pode aplicar o gerenciamento de logística para criar diretamente utilidade de tempo, local, informação e serviço para clientes ao longo da cadeia de valor.

- Cria-se utilidade de tempo assegurando-se que o produto e a informação estejam disponíveis para os clientes quando necessário.

- Cria-se utilidade de local utilizando a logística para fazer com que os produtos e a informação cheguem a locais que permitam que os clientes os comprem ou utilizem de forma conveniente.

- Cria-se utilidade de informação aplicando o gerenciamento de logística para comunicar os benefícios e uso dos produtos para os parceiros de canal e, em última análise, para os clientes.

- Finalmente, cria-se utilidade de serviço fornecendo serviços de acompanhamento como instalação e treinamento.

- Ao fornecer estas utilidades, pode-se satisfazer as exigências dos consumidores e, ao mesmo tempo, gerar lucros.

- O inverso também é verdadeiro: quando não se aplica o gerenciamento de logística para criar o valor exigido pelos clientes, pode-se perder o negócio.

- Basta lembrar o que aconteceu quando a IBM não conseguiu levar seus microcomputadores Aptiva para as lojas no tempo certo ou em quantidades suficientes.

- O Aptiva teve o seu desenvolvimento finalizado de forma tardia e quando finalmente chegou às lojas, 10 dias antes do Natal, quase perdeu o período de vendas dos feriados.

- Então os revendedores não conseguiram máquinas suficientes para satisfazer a demanda dos consumidores. Depois desses problemas logísticos, a IBM teve que redobrar seus esforços para consertar os relacionamentos com parceiros de canal e consumidores desapontados.

- As empresas estão continuamente melhorando seus sistemas de gerenciamento de logística para conseguirem oferecer uma valor a mais que dê a eles uma vantagem competitiva.

- Ao fortalecer as ligações entre as atividades da cadeia de valor e os parceiros (principalmente por meio do marketing de relacionamento), muitas companhias estão oferecendo mais opções e mais flexibilidade.

- Este valor a mais fortalece os relacionamentos com os consumidores e incentiva a lealdade no longo prazo. (Ex. Domino's Pizza)

 Fornecendo respostas rápidas

 O tempo muitas vezes surge como um elemento na qualidade do serviço ao cliente.

- Estratégias de respostas rápidas como forma de diferenciar os produtos são concebidas com base na capacidade de apressar os movimentos de bens e informações ao longo da cadeia de valor.

- A velocidade é importante no desenvolvimento do produto (para encurtar o período entre o desenvolvimento e a fabricação dos produtos) assim como no ciclo de pedido (para encurtar o período entre o pedido do cliente e a entrega).

- No contexto mais amplo da cadeia de valor em geral, a resposta rápida inclui a capacidade de reagir não apenas às mudanças nas exigências dos clientes mas também às mudanças nas necessidades dos fornecedores, às pressões competitivas e a outras mudanças no ambiente de marketing.

- A tecnologia de informação é critica para a resposta rápida.

- Em muitas indústrias, o intercâmbio eletrônico de dados é a forma padrão de trocar informações a respeito dos produtos, preços, pedidos e entrega por meio de ligações entre computadores.

- O EDI acelera a comunicação com fornecedores e clientes e incorpora o serviço de faturamento para assegurar uma maior exatidão.

- Um número cada vez maior de varejistas do setor não-alimentício está aplicando tecnologia de informação para implementar uma resposta rápida, na qual os produtos são automaticamente pedidos para repor as prateleiras da loja.

- Também no varejo de alimentos, a resposta eficiente ao consumidor (ECR) melhora a logística ao enviar eletronicamente os dados a respeito das compras dos clientes dos supermercados para fornecedores.

- Os fornecedores e parceiros do canal podem então planejar a produção e a entrega de forma que os supermercados tenham os bens certos, nas lojas certas, no momento certo.


 Alcançando a eficiência de custo


- O movimento de produtos e informações ao longo da cadeia de valor pode ser bastante oneroso.

- Um dos objetivos do gerenciamento da logística é alcançar a eficiência de custo, de forma que os consumidores consigam mais valor pelo seu dinheiro e, ao mesmo tempo, as empresas consigam lucros mais elevados.

- Deve-se ter em mente, entretanto, que as atividades logísticas estão intimamente relacionadas, e deve-se tomar cuidado com a subotimização, a diminuição dos custos de logística em uma área ao mesmo tempo em que eles aumentam em outra, com um resultado prejudicial para a eficiência geral em custo.

- Se, por exemplo, deseja-se minimizar o custo de manter peças em estoque, o resultado pode ser obtido ao pedir que os fornecedores façam as entregas de forma mais freqüente.

- Neste caso, os custos de estoque podem ser mais baixos, mas os custos de transporte irão aumentar.

- Para evitar as armadilhas da subutilização, pode-se usar o conceito de custo total para equilibrar os custos gerais do gerenciamento da logística de forma a obter uma eficiência ótima.

- Em vez de analisar separadamente o custo de cada atividade de logística, deve-se analisar o custo combinado de todas estas atividades, já que elas são parte de um processo integrado.

- Cada atividade está conectada com a próxima, de forma que uma mudança em uma produzirá uma mudança em uma ou mais das outras.

- Com o conceito do custo total, deve-se buscar trabalhar as eficiências que fazem sentido em termos da despesa geral do gerenciamento de logística, e não apenas o custo de uma atividade.

O Gerenciamento da Distribuição Física

- Uma das principais atividades desenvolvidas em canais de distribuição é o movimento físico dos bens para os usuários finais.

- Esse processo, chamado de distribuição física, inclui transporte, armazenamento, administração de estoques e processamento de pedidos.

- O processo de distribuição física torna as trocas possíveis e é uma fonte de valor para os clientes. Consumidores e compradores organizacionais querem comprar produtos com facilidade e repô-los quando necessário, sem ter de esperar demais pela entrega e tampouco receber o produto errado.

- Por isso, uma distribuição física confiável é fundamental para clientes empresariais que utilizam sistemas de administração de estoques just-in-time.

- Receber exatamente o que precisam e quando precisam possibilita que esses clientes empresariais cortem custos e criem valor para seus clientes.

- Assim, quando membros do canal executam as tarefas de distribuição física, acabam criando uma cadeia de valor para os usuários finais.

1 - Transporte

- O transporte envolve a movimentação dos bens de vendedores para compradores.

- As opções, ou meios de transporte, básicas são transportadores rodoviários, ferroviários, aéreos, por água (fluviais ou marítimos) e dutoviário (tubulações). O quadro 3.1 mostra a proporção de bens transportados em cada um desses modais no Brasil.




- Para selecionar um meio de transporte, os profissionais de marketing levam em consideração fatores como custos relativos, velocidade e flexibilidade para transportar diferentes tipos de produtos.

- O quadro 3.2 resume como cada meio se posiciona nesses critérios. Em geral, os caminhões são uma boa escolha quando se precisa de velocidade e flexibilidade.

- Já trens oferecem um custo mais baixo, assim como maior flexibilidade, mas são mais lentos e não há muitas linhas disponíveis no Brasil.

- Quando a velocidade é a consideração mais importante, os transportadores aéreos são a opção ideal.

- Transportadores por água e tubulações podem manter os custos baixos, mas só podem ser utilizados para determinados tipos de produtos, além de estarem submetidos a limites geográficos.

CUSTO VELOCIDADE FLEXIBILIDADE DE CARGA

Transp. Rodoviários Alto Rápida Moderada
Ferrovias Moderado Moderada Alta
Transp. Aéreos Muito alto Muito rápida Baixa
Transp. por Água Muito baixo Muito lenta Muito alta
Tubulações Baixo Lenta Muito baixa


 Propriedade X Contratação


- Depois de selecionar o meio de transporte mais adequado, os profissionais de marketing devem escolher um transportador específico.

- Às vezes, eles avaliam se seria mais adequado possuir o meio de transporte (por exemplo, uma frota de caminhões) ou contratar um transportador independente.

- Os profissionais de marketing também podem comparar vários fornecedores de serviços de transporte em termos de custos, qualidade e áreas de especialização. A Martinair Holland, por exemplo, especializou-se em transportar animais, desde gado a baleias ou avestruzes.


 Transporte Intermodal e Consolidação de Carga


- O transporte intermodal, ou seja, o uso de mais de uma modalidade de transporte para realizar um único movimento de produtos, permite a escolha das modalidades de transporte que oferecem a melhor combinação de serviço e custo.

- Na forma comum de transporte intermodal, os produtos são acondicionados em containers especiais de forma que as cargas possam ser transferidas convenientemente e com segurança entre caminhões, navios ou vagões de trem sem que precisem ser desembaladas.

- Por causa dessas vantagens, metade de todos os produtos que são transportados entre países vai no interior de containers.

- Pequenas empresas ou aquelas que não embarcam produtos suficientes para completar um container, um caminhão ou um vagão de trem ainda conseguem obter bons serviços e boas tarifas.

- A resposta é o uso de companhias de consolidação de cargas, empresas que agregam vários embarques menores para criar uma carga única e maior, que pode ser transportada de uma forma mais barata até o destino final.

- As empresas de consolidação de carga atuam como atacadistas de serviços de transporte, comprando espaço de transporte e revendendo-o para clientes a taxas menores do que seriam obtidas no caso dos pequenos embarques.

- Algumas dessas companhias de consolidação de carga estão ampliando suas ofertas, indo além da coleta e da entrega e oferecendo armazenagem, assistência aduaneira e outros serviços. (Operadores Logísticos)


 Transporte por Trem


- O trem é o meio de transporte de uso mais comum para frete nos EUA, ao contrário do Brasil, que ainda perde longe para o transporte rodoviário.

- O trem também é a modalidade número um na China, Rússia e muitos outros países. O serviço de trens pode alcançar praticamente qualquer área urbana no mundo, apesar de nem sempre estar disponível para comunidades menores.

- Os fabricantes dependem do transporte por trens para movimentar materiais pesados por distâncias longas.

- É também um dos transportes mais eficientes para expedição de produtos a granel - carvão, areia, minérios, produtos florestais e agrícolas - por longas distâncias.

- Além disso, as ferrovias recentemente as ferrovias começaram a intensificar a prestação de serviços aos clientes.

- Criaram novos equipamentos para manipular categorias especiais de produtos, providenciaram vagões planos para transportar carretas com caminhões, e prestação de serviços em trânsito, tais como transbordo de produtos.

 Transporte por Caminhão


- O transporte por caminhão é uma boa escolha para transportadores e cliente interessados em coleta e entrega porta a porta.

- Muitas vezes as auto-estradas e estradas podem ser construídas em locais onde não há chances de construir linhas férreas, de forma que praticamente todos os mercados e qualquer lugar podem ser alcançados por transporte por meio de caminhões.

- Os caminhões são capazes de transportar diversos produtos, sejam eles grandes e pesados ou pequenos e frágeis. E muitos casos, suas tarifas competem com as tarifas ferroviárias, e seus serviços são mais rápidos.

- A maior parte dos produtos agrícolas, incluindo carne, laticínios e alimentos processados são transportados por caminhão, ao se movimentarem ao longo da cadeia de valor, do agricultor até o consumidor.

- Uma vantagem das empresas de transporte por caminhões é possuírem flexibilidade de ajustar seus cronogramas para atender às necessidades de seus clientes.

- Nos últimos anos, as empresas de transporte rodoviário passaram a oferecer novos serviços. Por exemplo, algumas empresas oferecem rastreamento das cargas por satélites e carretas que transportam carga 24 horas por dia.

 Transporte por Ar


- Quando é necessário rapidez - e é possível pagar por isso - deve-se escolher o transporte aéreo.

- Em alguns casos, o alto custo do transporte aéreo pode ser superado pelos benefícios do resultado - fazer com que os produtos cheguem ao destino de forma mais rápida - levando a economias nos custos de estoque e armazenagem.

- Não sendo mais uma exclusividade do envio de produtos perecíveis, valiosos ou de emergência, o transporte aéreo está se tornando uma prioridade na medida em que um número cada vez maior de empresas se apressa em fazer com que os produtos cheguem aos clientes em todo o país ou em todo o mundo.

 Transporte por Água

- Caso estejam sendo movimentados bens pesados, que ocupam muito espaço e de baixo valor, que não têm a necessidade de chegar em determinado local rapidamente, pode-se usar o transporte por água.

- O embarque em chatas, navios ou navios-tanque em canais, lagos e oceanos é uma forma lenta porém barata de transportar matérias primas, peças ou produtos acabados.

- Entretanto, a baixa velocidade pode ser uma vantagem para as empresas que utilizam os navios de carga como armazéns flutuantes.

- A Nanco, um importador de brinquedos fabricados na China com sede em Massachusetts, calcula a hora de seus embarques para que cheguem nos portos americanos quando são necessários - e quando a fatura e os papéis da alfândega já chegaram.

- Muitos produtos são colocados em containers, que são então selados para fornecerem proteção contra danos causados por água ou pelo tempo.

- Os containers são marcados com códigos de barras que podem ser lidos em cada porto.

 Transporte por Tubulação

- Gás natural, óleo e derivados de petróleo, água e produtos químicos estão entre um número limitado de produtos que podem ser enviados por meio de tubulações.

- O carvão - em forma de lama - também pode ser transportado por tubulação.

- As tubulações envolvem velocidades baixas, além de não estarem disponíveis em todos os lugares. No entanto, este modo de transporte é confiável, e seus custos são muito baixos.

- A maioria dos dutos é usada por seus proprietários para transporte de seus próprios produtos.